3 de dez. de 2009

O AUTISMO

" Em 1943, Leo Kanner descreveu 11 crianças que tinham em comum
padrões de comportamento bastante originais. Designou estas crianças como tendo “distúrbios autísticos do comportamento afetivo” e acreditou que representavam uma síndrome bastante rara, mas provavelmente mais freqüente do que seria esperado pelo pequeno número de casos.
Autismo não é uma doença única, mas sim um distúrbio de
desenvolvimento complexo que é definido do ponto de vista comportamental, com etiologias múltiplas e graus variados de severidade. Um fator muito importante é a habilidade cognitiva.
As manifestações comportamentais que definem o autismo incluem
déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de
comportamento repetitivos e estereotipados. E um repertório restrito de interesses e atividades. A grande variabilidade no grau de habilidades sociais, de comunicação e de padrões de comportamento que ocorrem em autistas tornou mais apropriado o uso do termo transtornos do espectro autista(TEA). Os déficits na interação social em TEA podem manifestar como
isolamento social ou comportamento social impróprio; contato visual pobre; dificuldade em participar de atividades em grupo; indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto; ou falta de empatia social ou emocional. Os déficits de comunicação afetam, em graus variados, tanto a
habilidade verbal quanto não verbal de compartilhar informações com os outros. Alguns não desenvolvem habilidades de comunicação. Outras têm linguagem imatura, caracterizadas por jargão, ecolalia, reversões de pronomes, prosódia anormal,entonação monótona. Os déficits de linguagem e comunicação persistem a vida toda, e uma porção de autistas permanece não verbal. Padrões repetitivos e estereotipados de comportamento característicos do autismo incluem a resistência a mudanças, a insistência em determinadas rotinas, o apego excessivo a objetos, o fascínio com o movimento de peças (tais como rodas ou hélices. As crianças podem até manipular brinquedos, mas tendem a preocupar-se em alinhá-los ou manipulá-los em vez de usá-los simbolicamente. Estereotipias motoras e verbais tais como: balançar-se, bater palmas repetitivamente, andar em círculos ou a repetição de determinadas palavras, frases ou canções. No adulto há
tendência em manterem interesses restritos , em tópicos limitados tais como horários de trens, ônibus etc. Na ausência de um marcador biológico, o diagnóstico de autismo e a delimitação de seus limites permanecem uma decisão clínica um tanto arbitrária.
Nos Estados Unidos, os critérios usados para diagnosticar autismo são
os descritos no Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de
Psiquiatria (DSM-IV).
A avaliação de indivíduos autistas requer uma equipe multidisciplinar e o
uso de escalas objetivas. Técnicas estruturadas existem e devem ser utilizadas para a avaliação tanto do comportamento social das crianças (atenção conjunta, contato visual, expressão facial de afeto), quanto da capacidade de imitação. Uma das escalas utilizadas é a Childhood Autism Rating Scale (CARS), a qual classifica em formas leve, moderada ou severa.
Outro instrumento utilizado é a Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland, que tem o potencial de medir desenvolvimento social em uma população normal e que pode ser comparada com indivíduos autistas.
Os estudos em neuropatologia, neurroradiologia e neuroquímica ainda não apontam para uma etiologia bem estabelecida. Em genética , embora muitos cromossomos tenham sido implicados com o autismo, nenhuma resposta definitiva está presentemente disponível.
Intervenções terapêuticas O manejo de autismo requer uma intervenção multidisciplinar. As bases do tratamento envolvem técnicas de mudança de comportamento, programas educacionais ou de trabalho e terapias de linguagem/comunicação. É essencial trabalhar com psicólogos ou educadores bem-treinados em análise comportamentalfuncional e em técnicas de mudanças de comportamento, pois este interfere na integração de crianças autistas dentro da família e da escola e de adolescentes e adultos na comunidade. Movimentos anormais são comuns em autistas e incluem as estereotipias (movimentos repetitivos das mãos, balanço repetitivo do corpo),
anormalidades de postura e uma variedade de movimentos anormais.
Deficiências em tarefas de imitação motora e anormalidades na marcha.
Convulsões ocorrem em 16% a 33% de crianças autistas. Os fatores de
risco principais para epilepsia são retardo mental severo e a combinação de
deficiência mental severa com um déficit motor. Outro fator associado a um risco aumentado para epilepsia em crianças com autismo é o tipo de déficit de linguagem.
FarmacoterapiA
As medicações disponíveis ao tratamento ficarão a critério médico.
Prognóstico
Em geral é variável e provavelmente depende da severidade das
etiologias subjacentes."

Sites recomendados para leitura complementar do assunto:

www.abcdasaude.com.brartigo.php?44
www.biodanzasp.com.br/autistas.htm
www.biodanzasp.com.br/crianças.htm
www.biodanza.sp.com.br/especiais.htm
www.psiqweb.med.br/infantil/autismo.html "

Um comentário:

camila disse...

o assunto é muito importante e pouco comentado. Gostei muito de ler e recomendo para todos.