9 de dez. de 2009

O que é epilepsia e crise epiléptica?

" Jackson propôs, no final do século XIX, a definição moderna de
epilepsia: “descarga anormal excessiva do tecido nervoso”. Posteriormente, esse autor acrescentou: “esta descarga ocorre em vários graus; ocorre em todos os tipos de condições patológicas, em todas as idades, e sob forma de inúmeras circunstâncias”.
Não há uma definição completamente satisfatória de epilepsia. Epilepsia
não é naturalmente uma doença específica, ou mesmo uma única síndrome. Sob esta denominação, compreende-se ampla categoria de sintomas complexos decorrentes de funções cerebrais alteradas que podem ser secundárias a um grande número de processos patológicos. Crises epilépticas são eventos clínicos que refletem disfunção temporária de um conjunto de neurônios de parte do encéfalo (crises focais) ou de área mais extensa envolvendo os dois hemisférios cerebrais (crises generalizadas).
A crise epiléptica é causada por descarga elétrica anormal excessiva e
transitória de células nervosas, decorrentes de correntes elétricas que podem ser detectadas em registros de eletroencefalograma.
Quais as formas clínicas mais observadas em crianças?
Felizmente as formas mais comuns são benignas. Aquelas que no curso
clínico tendem a remissão completa sem riscos de deterioração neuropsicomotora. Os principais critérios de benignidade são: inteligência e exame neurológico normais; baixa freqüência de crises; apenas um tipo de crise em cada criança e boa resposta terapêutica.
Epilepsia Ausência Infantil
É uma síndrome epiléptica generalizada com idade de início entre os três
e 12 anos e pico ao redor de 6 anos. A crise é caracterizada por perda total da consciência com duração de cinco a 20 segundos. Durante a crise, a criança está totalmente desconectada do meio, não responde a estímulo e, ao término da crise, continua a realizar a tarefa anterior. Podem ser muito freqüentes (até 200 crises/dia).
As epilepsias benignas com paroxismos centro-temporais (rolândica) e
epilepsia benigna com paroxismos occipitais são menos freqüentes.
Aspectos cognitivos podem ser comprometidos pela condição, pelas
crises ou pela medicação? Pacientes com epilepsia apresentam dificuldades cognitivas e problemas comportamentais dos quais o déficit de memória, ansiedade e depressão são os que predominam. Essas alterações podem ser resultado da combinação de vários fatores, como a doença de base causadora da epilepsia, descargas neuronais (ictais e interictais), drogas anti-epilépticas ou de aspecto psíquico (distúrbio do humor) e psicossociais (estigma, preconceito). Acredita-se que as drogas anti-epilépticas podem estar associadas a déficits cognitivos. A politerapia (uso concomitante de várias drogas) é provavelmente o fator mais influente para o ensencadeamento dos efeitos indesejáveis.
Concluindo:
1. As drogas anti-epilépticas podem provocar déficits cognitivos em
maior ou menor intensidade, porém habitualmente é de pequena monta.
2. O fenobarbital provavelmente é a droga que mais transtornos
cognitivos acarreta;
3. A politerapia está habitualmente associada a mais efeitos colaterais.
Sites recomendados para leitura complementar do assunto. "

www.abcdasaude.com.br Epilepsia/convulsão - Ataque epiléptico
Transtornos Psiquiátricos na Infância, Transtornos da aprendizagem,
Transtornos das habilidades motoras e transtornos da comunicação (linguagem).
www.abcsaude.com.br?artigo.php?13 Afasia